Nessa quarta-feira desfila tricolor, desfila
colorado, desfila rubro-negro. Desfila alvinegro também, mas não o meu, não o
meu Galo.
Alguém que desconheço disse certa vez que a
vida era o intervalo entre os jogos do Galo. Achei bonito, mas logo em
sequência discordei. O Galo ainda vive nesse intervalo chamado vida e o
atleticano não, ele simplesmente existe. Existe pensando no próximo não-intervalo,
na próxima dose desse alucinógeno que nos tira todas as dívidas, todos os
compromissos, todos os sofrimentos. Que nos tira alguns choros e nos põe outros. Que nos entorpece por 105 minutos e nos brinda com 2 ou 3 minutinhos
mais.
É um escancaro esse time nos brindar com uma só
partida por semana. Não dá pra brigar de um domingo a outro com essa ansiedade
leão, que me faz procurar as pontas de cigarro, ou melhor, de Galo, como um
viciado. A tecla F5 já não funciona mais, os meus compromissos não se resolvem
sozinhos e a minha mente já não trabalha como antes. Foi ocupada pelo MSG (Movimento dos Sem Galo).
Sem o Galo eu fico por uma semana e depois de
mais um não-intervalo penso que talvez seria melhor ter ficado sem ele por mais
outra semana e 5 minutos depois mudo de opinião. No dia seguinte canto todas da
Galoucura no banho, inclusive as mais antigas, e o processo chamado vida se
repete novamente.
Mas apesar dos pesares e graças ao bom Deus, os
outros times estão se matando no meio da semana, enquanto a gente treina para
destruí-los no fim. Assim, eu posso até aceitar essa abstinência em preto e
branco.
Foto: Nidin Sanches |
Como diria Fred Melo Paiva: somos fieis da IURG - Igreja Universal do Reino do Galo. Somos Galo em todos os momentos, inclusive na dor e simplesmente por amor. Marcos R Alves
ResponderExcluirTales arrasa! Que possamos destruí-los e agarrar este título!
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